
Reforma dos vitrais da Igreja Nossa Senhora de Fátima, de São Paulo, está concluída
11 de dezembro de 2019
A história do mosaico
14 de setembro de 2023Um dos mais belos tesouros das igrejas cristãs, os vitrais inspiram e educam os fiéis em muitas verdades espirituais. Ao longo dos séculos, tornaram-se parte essencial da arquitetura eclesiástica e seguem sendo utilizados em novas construções em todo o mundo.
No Brasil, país predominantemente católico, o vitral é muito tradicional nas igrejas. Estão presentes, em sua maioria, nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, onde a arte em vitral é muito difundida.
Grande parte de vitrais encontrados hoje no Brasil são importados, italianos e franceses, e foram produzido a partir da década de 1940 pela Casa Conrado, de família alemã, que atuou fortemente no Brasil no século XX. E agora, completando 60, 70 anos, e os vitrais começam a dar sinais de restauração. De acordo com o vitralista Ciano Soares, proprietário do Atelie Vitrais Casa Ciano, ao longo dos anos, o chumbo pode dilatar, fazendo com que a peça estufe e até quebrando o vidro. Quando isso acontece é um sinal de que a peça precisa passar por restauro. Algumas vezes, a tinta que faz volume à pintura, chamada de grisalha, e a base de malha de ferro usada para fundir o vidro, também apresentam desgaste.
O que é o trabalho do restauro?
Nós vamos até a igreja analisar o estado dos vitrais e identificamos o que será preciso fazer. Normalmente, as janelas apresentam vidros quebrados e trincados, e o chumbo dilatado. O trabalho começa com a desmontagem desse vitral. As peças são retiradas, uma a uma, com muito cuidado e são catalogadas e identificadas. Eles são trazidas para o ateliê e são analisadas e fotografadas para definir o trabalho que será realizado. As peças são desmontadas, acomodadas em bandejas com a devida numeração e todo o chumbo é retirado e dispensado. Toda as peças são lavadas com produtos especiais para retirar a camada de sujeira acumulada durante décadas, sem agredir a pintura original e o vidro. Na sequência é feita uma revisão de pintura, o que está quebrado é substituído e o que está trincado recebe uma linha de chumbo. Procuramos manter a originalidade da obra ao máximo. Um vidro só é trocado quando não existe mais ou está muito moído.
A próxima etapa é a remontagem das peças que recebem novo chumbo. Só então ela é devolvida para a igreja, onde as janelas, praticamente novas, são instaladas novamente. Com o novo restauro, podem durar mais décadas.
Importante lembrar que muitos vitrais são tombados como patrimônio histórico e todo o trabalho é feito de acordo com as exigências dos órgãos competentes.