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20 de abril de 2018
Vitrais da Paróquia São Francisco de Assis levam harmonia e significado ao interior da igreja
20 de setembro de 2019“Faça-se a luz!” E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas” (Gênesis 1,3-4).
E assim como as primeiras palavras de Deus durante sua grande criação, a luz é um tema espiritual comum na teologia cristã. Jesus chegou, inclusive, a se identificar como luz, dizendo: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8,12).
E se seguindo esse ensinamentos, os cristãos se dedicaram a construir janelas em igrejas. Janelas que canalizavam a luz do sol e dissipavam a escuridão das sombras. Os arquitetos enxergaram nelas uma oportunidade perfeita para destacar uma verdade espiritual, ao mesmo tempo em que serviam a um propósito funcional.
Foi durante o período medieval que esse elemento arquitetônico se transformou na principal forma de educar o leigo nas múltiplas histórias da Bíblia.
“Os vitrais contam o evangelho e têm a responsabilidade de informar. Ao olhar o vitral, o fiel recebe a mensagens e desta forma a igreja está evangelizando através das imagens, da beleza e das cores”, afirma Ciano Soares, vitralista do Ateliê Vitrais Casa Ciano.
Segundo Ciano, todo o trabalho da igreja é voltado para a liturgia. E a liturgia principal de cada igreja é o Mistério Pascal, a Paixão de Cristo, o evangelho. O nascimento de cristo, a sua morte e a sua ressurreição . “O vitral faz parte desse conjunto de contemplação, meditação e oração. E transformação do fiel para Jesus.”, explica o vitralista, que é um grande estudioso da liturgia católica.
Ciano destaca que a arte sacra tem a função de evangelizar. “Ela não pode ser vista como uma arte qualquer. Ela não é para a expressão do próprio artista. Serve para algo maior. Esta evangelizando através das imagens, através da beleza, através das cores. O artista tem uma responsabilidade”, afirma.
Por conta disso, o espaço litúrgico dentro a igreja não pode ser visto como um espaço de criação abstrata. Deve ser muito direto, muito claro e trazer emoção. Porque o evangelho é amor, o evangelho é emoção. Se o artista não souber transferir isso para o vitral, perde o sentido do simples, da evangelização. Quanto mais clara, e mais direta foi a mensagem sobre o mistério de Cristo, mais amorosa, mais eficiente será”, ressalta.